Entidades demonstram preocupação com negociações oficiais da COP30

PUBLICIDADE

entidades-demonstram-preocupacao-com-negociacoes-oficiais-da-cop30

Entidades da sociedade civil mostram preocupação com as negociações oficiais da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá em novembro, em Belém, no Pará. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (15), após as atividades da Pré-COP, evento preparativo para Belém, as organizações afirmaram que a maior preocupação é com o financiamento para ações de combate às mudanças climáticas.

Nesta quarta, o Observatório Meteorológico Mundial apresentou um relatório mostrando que há hoje a maior alta da concentração de gás carbônico na atmosfera desde o início das medições, em 1957, devido ao aumento da queima de combustíveis fósseis e incêndios florestais.

Para Tatiana Oliveira, da ONG WWF, os relatórios preliminares para a COP não apresentam consensos para a urgência climática que o mundo passa.

“Em que não só não aponta um caminho concreto para se chegar a US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, mas não dá a devida atenção ao financiamento público necessário para avançar nas agendas de adaptação e perdas e danos. E aí eu quero lembrar: não há adaptação e perdas e danos sem financiamento público. A iniciativa privada não tem modelo de negócio para investir nesse tipo de ação”, destaca Tatiana. 

Para as entidades, há necessidade de os países ricos, que historicamente poluem mais o planeta, financiarem as nações em desenvolvimento. Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, disse que a sociedade civil vem apoiando a proposta dos países mais pobres de triplicar os recursos disponíveis até 2030:

“Porque, com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e com o fato de que muitos países, especialmente os europeus, mas são 13 no total, eles têm metas de aporte, têm obrigações de financiamento climático e que elas vencem este ano, a gente vai ter um abismo ano que vem de financiamento para adaptação. Então, se hoje já não é muita coisa, a gente está aí perto dos 40 bilhões, ano que vem, tá? Então, por isso que Belém tem que ser esse momento em que dá a virada, em que você dá um novo sinal para 2030.”

NDCs também preocupam entidades

As organizações da sociedade civil também estão preocupadas com as NDCs, as Contribuições Nacionalmente Determinadas, que são as metas de controle de poluentes que cada país deve apresentar. Anna Maria Cárcamo, da ONG Greenpeace, afirma que apenas 60 países apresentaram as metas e que elas não estão alinhadas com o Acordo de Paris.

“Nós, como sociedade civil, entendemos que é absolutamente fundamental que essa COP dê uma resposta efetiva a essa lacuna de ambição das NDCs e que fomente um aumento de ambição nas NDCs, não só em relação ao aumento de mitigação, mas também adaptação, financiamento, e que olhe para manter esse aumento de temperatura global em 1,5 grau, alinhado com a ciência, e que incorpore também o olhar da justiça climática, para que a gente tenha uma transição verdadeiramente justa”, diz.

A COP30 busca novos consensos para que os países atinjam as metas estabelecidas no Acordo de Paris, de 2015, que busca controlar a temperatura do planeta em, no máximo, 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

3:44

Mais recentes

PUBLICIDADE

Rolar para cima